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Negócios me desafiam, pessoas me encantam e histórias me inspiram!

O potencial da cultura maker como estratégia de negócio

Derivado da filosofia “DIY – Do it Yourself”, o movimento do “faça você mesmo”, a cultura maker tem suas primeiras referências a partir de 1960, baseando-se em algumas características da cultura punk, como a ausência de regras e a liberdade de expressão. Seu principal argumento é que qualquer pessoa pode criar seus próprios objetos. E o resultado pode ser potencializado quando associado a outras pessoas e ideias.

A inovação e o compartilhamento de recursos estão cada vez mais presentes no meio empresarial. O desafio é criar um ambiente de colaboração e transmissão de informações, para que as pessoas possam desenvolver produtos ou serviços cada vez mais personalizados, que agregam experiência e valor, sem preocupar-se com a escala ou a padronização. Conheça alguns exemplos próximos a nós:

Um ponto de crochê e outro de carinho
Camile Locatelli é farmacêutica, mas suas habilidades vão além. “Sempre gostei de trabalhos manuais que exigem criatividade, aprendi ainda pequena alguns pontos de tricô, crochê, mas fiquei um período sem fazer. Em 2018 resolvi tentar fazer uma gola em tricô e acabei me encantando. Mostrei o trabalho para algumas amigas que gostaram e quiseram umas peças.” E assim nasceu a Feita para o amor, empresa que comercializa bolsas e mateiras em crochê, golas, toucas e mantas em tricô, além de outros itens personalizados. A preocupação com a sustentabilidade também ganha destaque: o crochê tem fio de malha, que é um material reciclado. E o carinho é percebido na forma como Camile descreve o trabalho: “busco entregar uma peça que as pessoas gostem, cada pontinho é feito com muito amor e dedicação, a minha realização na finalização de cada peça é ver que as pessoas realmente gostaram.”

Luzze para brilhar
Estar aberto a novas possibilidades é uma premissa da cultura maker. “Meus amigos ajudaram a construir a Luzze e a trajetória até agora. Foram minhas amigas que compraram meus primeiros brincos, que sugeriram cores e deram feedbacks. Minhas primeiras revendedoras também foram minhas amigas, que continuam sendo muito importantes”, relata a idealizadora da Luzze Acessórios, Luciane Manica. Ela conta que sempre gostou de pesquisar sobre roupas e acessórios. Durante dois anos e meio, conciliou uma outra atividade profissional com a criação dos acessórios, que acontecia à noite, em seu quarto. Desde 2019 tem sua loja física na cidade de Garibaldi, oferecendo como diferencial um espaço onde as clientes podem escolher as próprias pedras, que serão utilizadas na confecção de acessórios personalizados.

A habilidade de transformar o papel em arte
“Meu objetivo com o trabalho artesanal é fazer com que as pessoas se sintam especiais através do amor e cuidado que coloco em cada peça, em cada detalhe. É deixar tudo mais colorido, levar cor, levar vida!”. É assim que Taís da Silva apresenta a Dindecora – Decoração Afetiva, empresa que criou para explorar sua criatividade e estima pelo trabalho manual, desenvolvendo trabalhos na área de papelaria decorativa além de presentes afetivos, personalizados e/ou sazonais.
Taís conta que planejou e se preparou financeiramente para dar vida à Dindecora, no final de 2019. E complementa: “Neste período conheci pessoas incríveis, que trabalham com amor, com algo que vai além do comercial. É uma visão totalmente diferente do que já tinha vivido profissionalmente até então. Trabalhar com arte é um caminho de autodescoberta: de sentimentos, de sensibilidade, de limites e também de dificuldades. Isso está me fazendo crescer muito como pessoa e como profissional.”

Um casulo de criatividade
Tendo a arte como meio para expressar suas convicções, o artista tem papel significativo ao abordar e questionar assuntos que precisam ser debatidos pela sociedade, o que também é defendido pela cultura maker. O Casulo Estratégico é uma empresa de intervenção artística com foco em muralismo. O negócio nasceu em 2014, a partir do anseio de seu criador, Renam Canzi, em expressar seus pontos de vista através da arte no território urbano. Já são mais de 120 projetos comerciais e residenciais, executados nas principais cidades do Brasil. Além disso, em 2019 o Casulo participou de um salão internacional de arte no Museu do Louvre, em Paris, executando outros trabalhos em Portugal e na Espanha. Com diversas experimentações artísticas, como pintura, desenho, escultura, instalação, vídeo, graffiti e sobretudo o muralismo, os projetos são desenvolvidos de forma individual ou coletiva, e a equipe de trabalho é formada de acordo com a demanda, de forma colaborativa. Os profissionais não possuem vínculo empregatício. “Entendemos a arte como instrumento de representação da diversidade e transformação de perspectivas. O Casulo tem como objetivo parear a sua arte com a história/realidade do espaço que ela vai ocupar, se propondo a entregar soluções artísticas adaptadas à realidade de cada espaço/cliente”, explica Renam.

As diversas formas de comunicação e interação entre as pessoas vem sendo transformadas. Hoje é possível compartilhar quase tudo, desde produtos, serviços, meios de transporte, espaços de trabalho e até mesmo dinheiro. É uma nova realidade que não pode, de forma alguma, ser ignorada pelas empresas. Os processos precisam adaptar-se de forma a entender essas novas demandas e assim, aproximar-se cada vez mais dos seus usuários, conquistando seu respeito e admiração.

Aline Agatti – CRA RS-050836/O
Organizativa Consultoria Empresarial
[email protected]
@aline.agatti

Jornal Design Serra (Bento Gonçalves/RS) – março/2021
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