Mesmo diante de adversidades, as mulheres trazem uma perspectiva única e enriquecedora para a cultura organizacional, o que transforma o ambiente de trabalho e contribui para um futuro mais inclusivo e estratégico. Ao equilibrar múltiplas responsabilidades, são capazes de desenvolver habilidades de gerenciamento de tempo e empatia, essenciais para uma liderança eficaz. “Trabalho com trânsito há 27 anos e neste meio sempre predominou a visão masculina. No início, precisava reforçar meu conhecimento no assunto. Mas aos poucos, fui conquistando espaço. Desde os trabalhos voluntários com crianças e adolescentes, até chegarmos nos projetos que hoje desenvolvemos no CFC, pois acreditamos que educação salva vidas.” Conta Rosana Debiasi, sócia do CFC Autonomia e presidente da Apeme – Associação de Pequenas e Médias Empresas de Garibaldi.
Além dos desafios do contexto empresarial, há também a pressão para conciliar as demandas pessoais e as responsabilidades da atividade profissional. Perguntada sobre como lida com estas questões, a Gerente Administrativo Financeiro da Sicredi Serrana RS/ES, Daniela Canal Chies afirma: “Penso que é importante definir o que é a prioridade e qual é o seu propósito. Onde precisa estar o meu coração e os meus olhos? É um exercício diário de presença, no aqui e agora. Somos seres humanos incompletos e em constante processo de aprendizado. Permitir-se sentir e respirar, isso tem me ajudado muito nos momentos de desafio. Como complemento, para dar estrutura às escolhas que faço, tenho sempre a organização da semana; numa folha de papel mesmo e em lugar visível para todos da casa.”
A alta taxa de demissões durante o período dedicado à maternidade mostra o quanto a sociedade ainda precisa avançar para apoiar as mulheres em suas carreiras. “Como alguém que foi desligada durante a licença-gestante, eu vejo que ainda estamos em um momento de luta por questões muito básicas. Por exemplo, uma licença-paternidade de cinco dias é algo ridículo para a criação de qualquer laço afetivo e qualquer possível descanso para uma mulher que pariu o futuro. Temos muito a evoluir, mas ainda estamos parados no básico. Se o básico for bem feito, certamente teremos resultados gigantescos pela valorização e respeito à mulher.” Relata a advogada e mentora de startups Juliana Rebellatto Locatelli.
Habilidades comuns às mulheres, como resiliência e adaptabilidade, favorecem o bom relacionamento no ambiente de trabalho e constroem uma cultura sólida e colaborativa. “Acredito que nós, mulheres, contribuímos no ambiente de negócios com a nossa habilidade de sermos ‘razão e emoção’, buscarmos a equidade na gestão da diversidade, capacidade de adaptabilidade, empatia e comunicação colaborativa. Estas qualidades fortalecem as relações humanas e corporativas.” Complementa Grasiela Romio Mattei, sócia do Sanuvitas Laboratórios, que além da direção da empresa, também lidera outras 36 mulheres em sua equipe.
Aline Agatti – CRA RS-050836/O
Organizativa Consultoria Empresarial
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@aline.agatti
Jornal Design Serra (Bento Gonçalves/RS) – novembro/2024